Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo gastará R$ 15 bilhões, no espaço de três meses, para assistir trabalhadores autônomos durante a crise do coronavírus.
“Quem está desassistido e não está no Bolsa Família ou outro programa social, essa turma valente que está sobrevivendo, receberá R$ 200. São duas cestas básicas. Você assegura a manutenção de quem está sendo vítima do impacto econômico”, afirmou ele, ao lado do presidente Jair Bolsonaro e outros ministros.
Guedes disse ainda que o governo está se reunindo a cada 48 horas para avaliar a crise. “Vamos aprofundando a resposta”, disse.
Voucher
Mais cedo, o ministro já havia dito ao site Poder 360 que o governo dará um voucher a 18 milhões de família desassistidas ou com empregos informais, com concessão através da Caixa Econômica.
Nesse sentido, adiantou que o governo irá renegociar as dívidas das companhias aéreas e que estuda como o Estado pode bancar uma parte do salário para os empregados de micro e pequenas empresas.
Bolsonaro, que nos últimos dias vinha minimizando os riscos da infecção e que ontem foi alvo de panelaço em diversas cidades, falou usando máscara, assim como outros ministros.
Corte de encargos trabalhistas
Guedes disse ainda que o governo pode considerar derrubar os encargos trabalhistas “lá na frente”, avaliando que isso aumentaria brutalmente a capacidade de geração de empregos.
Ele voltou a apelar aos parlamentares para que se dediquem às reformas econômicas, frisando que eles poderão fazê-lo por meio de teletrabalho em vez “de fazer quarentena de forma passiva”.
O ministro declarou também que o Brasil pode ter reaceleração econômica no segundo semestre “se nós trabalharmos bem”.
Contingenciamento
De acordo com o ministro, a ajuda direta a trabalhadores informais será possível pelo pedido de aprovação do projeto de instituição de estado de calamidade pública enviado ao Congresso.
Sem essa aprovação, disse Guedes, o governo teria que anunciar um contingenciamento de recursos de cerca de R$ 40 bilhões já nesta semana para assegurar o cumprimento da meta fiscal, estipulada em um déficit primário de R$ 124,1 bilhões para 2020.
“Isso (contingenciamento) não é coisa razoável. Saúde e defesa do emprego dos brasileiros estão acima de outros interesses”, afirmou.
Fonte: 6 Minutos